São pessoas como estas que fazem com que sempre estejamos com um sorriso aberto, ou uma lágrima de felicidade no cantinho do olho... três anos, mais de 350 aulas é certo... a amizade, essa continuará... Não acreditam? Leiam então...
Em partes iguais, entusiasmo, rebeldia, sorrisos, risos, olhares irónicos, olhares tensos, disponibilidade, respeito, e mais, e mais….entraram pela sala de aula levando a Catarina, sempre num rodopio.
No 10º e no 11º, na sala 12. No 12º na 42A. Sempre à minha frente. Ao longo dos três anos, a menina que se sentava na primeira fila foi crescendo. Fez birras, foi rebelde, foi mais sensata, menos sensata, mas, e citando (livremente) o Nobel Português, “era sempre o sorriso quem abria a porta”.
Pela segunda vez, este ano, a Catarina entrou na minha sala de aula. O mesmo sorriso. Os mesmos gestos. A mesma alegria. Contagiante. Só não estava tão despreocupadamente preocupada. Essa faceta da sua personalidade está, agora, reservada a outras salas, outras aulas, outros professores.
Agora vem de visita. E é sempre bem recebida.
Primeira da aula da manhã. Escola Secundária de Gondomar. Sala 6. Dentro, o 10º8 faz a correcção do teste de Português. A Catarina encontra a porta aberta, mas não entra. Não se impõe. Num gesto típico de criança (e dela), estica o sorriso, espreita (será que a ouço fazer cu-cu!!?) e, quando ouve – olá Catarina, entra! –, fá-lo de forma decidida, abre os braços e o abraço é sincero e meigo, recíproco.
Olhei disfarçadamente e percebi nos mais de vinte rostos que estavam sentados nas cadeiras o olhar inquiridor. Impliquei-os. Perguntei se a conheciam. Alguns não, outros sim. Sobretudo por ter pertencido ao TESG. Apresentei-a. Expliquei-lhes o motivo da sua presença.
Falou-lhes do tempo em que foi aluna do secundário, das dúvidas, das ânsias, das matérias preferidas e das outras também. Bem-disposta e empática cativou-os e eles ouviram-na atentamente. Fizeram perguntas. Ouviram as respostas, sorriram, riram.
Por entre os conselhos que lhes ia dando, ia-me contando os resultados dos testes que já fez. E o brilho do olhar ia-me confidenciando a felicidade de quem tem consciência do dever cumprido.
Três anos. Mais de 350 aulas, muitas mais horas de convivência, dentro e fora da escola. Hoje, pela segunda vez, a Catarina entrou na minha aula. Mas não pela última, tenho a certeza.
Encontrarás à tua espera a porta sempre aberta e os braços também.
Um obrigada com um beijinho a tiracolo, “bolotinha”.
Ana Catarino.
13/11/2009
Obrigada Professora... obrigada :')
Obrigada Professora... obrigada :')