quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fuga


Vasculhou na gaveta.
Procurou mais fundo.
E não encontrou.


Fugira-lhe
escapara entre as mãos
sem que pudesse dizer mais nada.
Nem uma palavra.
Nem um murmúrio.


Apenas o silêncio
o olhar,
de quem pede para ficar
mas não o diz.


Foi assim
e pareceu-lhe não ter ficado nada
nenhuma memória
de dias em que juntos
vagueavam e trocavam palavras,
ainda que vagas,
cheias de amor.


Mas foi.


Ficou a olhar para o chão,
orgulho ferido,
ferida aberta.


Fechou a gaveta.
Tristeza insana.
Alma perdida.

1 comentário: