Era uma janela,
uma janela pequena de madeira
pintada de branco
descascada,
esburacada...
Abri a janela,
abri-a de par em par,
quis respirar o perfume da manhã
daquele dia de sol,
daquela janela voltada para o mar,
mas em vez da neblina,
em vez do iodo e das algas
encontrei um mar de recordações,
de tempos perdidos,
de desamores vividos,
de alegrias e tristezas,
de ternuras amarrotadas,
de amores incompreendidos...
Olhei mais a fundo,
quis dispersar aquelas tristes imagens,
afastá-las de mim...
E foi então que te vi
surgir,
bem lá no fundo
de braços abertos para mim...
Então saí da janela
e apertei-te contra o peito,
como já haviamos feito
naquela mistura de sonho com realidade
naquele momento perfeito.
Estávamos tu, eu e o jardim...
Tudo estava completo,
pois estavas comigo...
Juntos vagueamos,
pelo jardim das recordações
revivendo emoções
“ – Vamos – disse – vamos ver o mar...”
“ –Vamos – sussuraste – quero-te abraçar...”
Deixámos a janela...
e continuámos a sonhar,
a caminhar
a recordar...
Muito bom. Faz-me lembrar Caeiro. :]
ResponderEliminarBeijinhos. *