Naquela noite eu era feliz.
Emanava alegria pois estavas comigo.
Juntos vagueámos por entre pedras
e árvores
e bancos de pedra corroídos pelo tempo.
E não queríamos saber de nada mais.
Enlaçámos então as mãos
e escutámos o silêncio
durante um indefinido passar de tempo.
Passeámos naquela escuridão,
dois corpos de alma cheia,
simples vultos no negrume daquela noite.
E não falámos.
Não falámos nada,
o que as palavras não conseguiam dizer.
Ali,
julguei ter encontrado um caminho amplo
onde seria fácil caminhar sem ferir.
Mas enganei-me.
Enganei-me porque não existem caminhos fáceis.
Não existem contos de fada
e eu tão pouco sou princesa.
Mas naquela noite
uma mistura doce pairava no ar
e envolvemo-nos na escuridão
esquecendo tudo
menos a vontade de amar.
E assim ficámos
numa longa demora
até que a ausência se fez sentir
ainda mais...
muito mais do que aquele frio
de quando partias triste
e me deixavas assim também,
com o coração cheio
e um vazio nos braços.
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