sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Uma noite cheia de Ti

Naquela noite eu era feliz.
Emanava alegria pois estavas comigo.

Juntos vagueámos por entre pedras
e árvores
e bancos de pedra corroídos pelo tempo.
E não queríamos saber de nada mais.

Enlaçámos então as mãos
e escutámos o silêncio
durante um indefinido passar de tempo.

Passeámos naquela escuridão,
dois corpos de alma cheia,
simples vultos no negrume daquela noite.

E não falámos.
Não falámos nada,
pois os gestos transmitiam
o que as palavras não conseguiam dizer.

Ali,
julguei ter encontrado um caminho amplo
onde seria fácil caminhar sem ferir.

Mas enganei-me.
Enganei-me porque não existem caminhos fáceis.
Não existem contos de fada
e eu tão pouco sou princesa.

Mas naquela noite
uma mistura doce pairava no ar
e envolvemo-nos na escuridão
esquecendo tudo
menos a vontade de amar.

E assim ficámos
numa longa demora
até que a ausência se fez sentir
ainda mais...
muito mais do que aquele frio
de quando partias triste
e me deixavas assim também,
com o coração cheio
e um vazio nos braços.

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